
chegava durante a tarde, aquela carrinha cheia de livros, com corredor no meio, conduzida por aquele simpático senhor de quem não recordo o nome, mas bem a imagem. chegavam as pessoas com os livros para entregar e com ideias de novos livros para levar. percorriam o corredor, escolhiam outros e levavam para casa. quando não aparecia mais ninguém a carrinha partia. e voltava noutra quarta-feira (penso que vinha de de duas em duas semanas).
até uma quarta-feira que a carrinha vermelha não apareceu. na próxima tão pouco. e nunca mais apareceu, sem aviso. e os livros que tinham sido requisitados na última aparição ficaram com quem os tinha requisitado. foi a última de muitas prendas que a biblioteca itenerante caloust goulbenkian deu a tanta gente.
[esta pequena memória, em jeito de agradecimento, é sobre palaçoulo, mas podia ser sobre tanta terra, sobretudo do interior, onde o acesso à cultura é tão complicado. a biblioteca itenerante levava, de forma gratuita, cultura, sonhos e novos mundos às pessoas. foi uma grandiosa iniciativa de uma fundação, mas essa é uma missão que pertence ao estado, e que nunca cumpriu.]
3 comentários:
Foi lendo os livros dessa biblioteca, que o autor deste blog, de certeza, aprendeu a escrever. Para quem a nostalgia é tão importante (neste caso literatura), o respeito pelas normas da pontuação e afins, não faz parte desse aprendizado que a respeitada biblioteca lhe proporcionou.
Enfim, modernices com a cultura e recordações de antigamente.
Mas o que é que tem a ver uma coisa com a outra?
Duas lambadas --'
Que memória enternecedora!!!
Reveste a alma saber o quanto a arte nas suas diversas manifestações pode tocar alguém e permanecer como parte de um todo:)
Apeteceu-me comprar uma carrinha vermelha, abastecê-la de livros e partir em viagem:) com Palaçoulo como primeiro e eterno destino*
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