sexta-feira, 28 de março de 2008

folar

se há (ou havia) noites mágicas em palaçoulo, a noite de folar (2ª feira de páscoa) é seguramente uma delas. daquelas noites em que tudo, de inesperado, pode acontecer. por outro lado, também uma daquelas noites em que algo, esperado, sempre acontece: bebedeiras.
na noite de folar, palaçoulo é assaltado pelos locais (todos, mas especialmente os mais novos), varrendo a aldeia de ponta a ponta, invadindo casa a casa, comendo e (sobretudo) bebendo, deixando rastos de todos os níveis pelas ruas, casas, e casas de banho.

é uma noite de primeiras vezes.
quantos (e principalmente quantas) chegaram a casa de manhã pela primeira vez na noite de folar?
quantos beberam pela primeira vez uma cerveja ou apanharam a sua primeira bebedeira?
e quantos, talvés por isso, ganharam coragem para falar com aquela pessoa com quem desejavam meter conversa há tanto tempo?
para quantos foi, nessa noite, o primeiro vómito?
e, mais interessante, o primeiro beijo?
ou, menos interessante mas não menos importante, a primeira tampa?
e quantas outras coisas aconteceram pela primeira vez na noite de folar. e para quanta gente...

por força de variadas situações, como o facto de muita gente já estar fora nesse dia (a trabalhar, estudar, etc...) ou por falta de vontade, a festa não tem sido tão poderosa nos últimos anos. no entanto, continua a ser potente. porque folar é folar e - isso não falha - há sempre alguém a vomitar!

sábado, 22 de março de 2008

a adega do chefe

a adega do chefe não tem:
- escadas muito seguras;
- rampa para deficientes;
- extractores de fumo;
- casas de banho.

mas, a adega do chefe tem:
- vinho;
- bacalhau;
- bom vinho;
- queijo;
- bom vinho em malgas de cortiça;
- fruta variada;
- pipas e pipas de bom vinho;
- ...
- bêbados.

P.S. primeiro post no caleija das nilgas escrito a partir de palaçoulo, não muito distante da caleija das nilgas, com a wireless da junta.

segunda-feira, 17 de março de 2008

a mini

falar de palaçoulo sem falar da mini, é como falar de portugal sem falar de fado. faz parte da essência. da cultura. recentemente, é certo. mas vingou.
acompanhadas por tremoços, presunto ou por outras minis (criando, não raras vezes, filas de espera), a mini é presença constante nos balcões e mesas dos cafés locais.
bebem-se a toda a hora e por (quase) toda a gente. ir ao café beber uma mini é um hábito de quebra de rotina. mas, cuidado, ir ao café beber uma mini pode significar voltar para casa com 10.

mini para jogar cartas, mini para ver futebol, mini para conversar, mini para beber ao balcão, mini para beber na esplanada, mini à volta do fogareiro, mini 'arrancadeira' para ir embora e mais uma mini 'arrancadeira', agora é que é a última, e mais outra e mais outra... e no dia seguinte, após o café, já se bebe uma mini.

se existisse um ranking de consumo de minis em localidades, per capita, palaçoulo estaria seguramente no top.
milhares e milhares de minis convivem anualmente com os habitantes e visitantes locais, com especial incidência nos tórridos dias (e noites) de verão e esta relação parece correr bem, pois não é raro ver pessoas contentes, claramente por causa das ditas. as minis, essas, não se manifestam.
os vendedores agradecem.

terça-feira, 11 de março de 2008

informação metereológica (serviço gentilmente cedido pela RMP)

dando início a uma colabolação que se prevê muito produtiva, o blog caleija das nilgas associa-se à radio local de palaçoulo, RMP, e passa a incluir (na barra lateral) informação sobre o estado do tempo.

sediada na rua das latas, a RMP proporciona a quem a escuta logo pela manhã noticias do tempo e todas as novidades que interessam saber. como o raio de emissão é curto, e apesar de ser uma rádio móvel, essas novidades não conseguem chegar rapidamente a toda a aldeia, e por vezes quando chegam a mensagem pode já vir deturpada pelo efeito dos campos magnéticos do rodelão. por isso, esta associação blog/rádio faz todo o sentido, espalhando a mensagem não só por palaçoulo, mas pelo mundo.

para já esta colaboração fica-se apenas pela metereologia, mas prosseguem negociações com vista à publicação on-line das famosas rúbricas "olhai, sabeis quei me deziram?", uma espécie de tertúlia cor de rosa, da sociedade local.

sexta-feira, 7 de março de 2008

(ainda) a propósito do nome

no post inaugural deste espaço confessei a minha ignorância em relação ao significado da palavra "nilgas". na verdade, aparentemente não significa nada e a forma como foi originada não era muito simples de imaginar.
curioso com a origem do nome que dá nome ao blog, recorri aos escritos de quem melhor conhece a história da aldeia, incluindo a toponímia.
José Francisco Fernandes, conta em "Mirandês e Caramonico" que

"... a denominação de Nilgas poderá ter resultado, por aglutinação e corruptela, de Mil Águas -> Mil Agas -> Milgas -> Nilgas. De facto, antes do saneamento básico da povoação, ainda uma grande parte das suas águas pluviais escorriam para aquela caleja e terrenos adjacentes."

não deixa de ser curioso que mesmo após os saneamentos, a questão da caleija das nilgas ser um espaço de derrame de líquidos permanece actual, se bem que o líquido é outro.

segunda-feira, 3 de março de 2008

uma questão de alcatrão

algo que sempre me fez impressão é a volta que é preciso dar para chegar, de carro, de palaçoulo até miranda (a azul, na imagem). segundo o google maps, são 21,3 Km de distância. o problema da volta está, claro, na forma de chegar até duas igrejas (11,8 Km, quando geograficamente está bem mais perto).


giro era se alguém se lembrasse de construir uma estrada, pelo chamado caminho de miranda, algures por volta dos pontos vermelhos na imagem. a olho, diria que seriam cerca de 5 Km de alcatrão. ou seja, o caminho encurtaria de 21 para 14/15 km. com a quantidade de pessoas que, diariamente, circulam entre palaçoulo e miranda pelos mais variados motivos e em ambos os sentidos, resultaria numa diferença muito significativa que, creio, se iria fazer sentir mais do que aparenta.

dir-me-ão, com razão, que há outras prioridades para gastar dinheiro em palaçoulo, etc. de acordo. a questão é que esta não seria uma obra apenas para palaçoulo. mas também para atenor, teixeira, duas igrejas, cércio, vale de mira, miranda e todas as aldeias que estão para lá.

5 kilómetros de alcatrão e as duas principais localidades do concelho ficavam 6/7 kilometros mais próximas e todo o concelho mais próximo entre si. já agora, zamora e salamanca também ficariam mais perto.