a música é da lérias, das meninas çarandas e da velha gaiteira.
ide, ide, que vai ser bom.
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
autárquicas 2013: resultados
assembleia de freguesia de palaçoulo:
câmara municipal de miranda do douro:
assembleia municipal de miranda do douro:
câmara municipal de miranda do douro:
assembleia municipal de miranda do douro:
terça-feira, 10 de setembro de 2013
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
poço dos amieiros e poço de carvão
há relatos de mergulhos impossíveis de cinco metros de altura para metro e meio de água;
há estórias de bronzeados à base de manteiga;
há registos de provas de virilidade que não convém serem contadas em sítios públicos como este;
há muita gente de palaçoulo que sabe nadar porque aprendeu naqueles poços.
situados na ribeira de tortulhas, eram o sonho dos mais novos e o pesadelo dos pais que, com razão, temiam os perigos que os poços escondiam. ainda longe da aldeia, eram as bicicletas, as motas ou (à falta de melhor) as pernas que levavam os rapazes para aqueles paraísos de frescura e liberdade nas tórridas tardes de verão.
foram, em épocas diferentes, as piscinas de palaçoulo. carvão, primeiro. depois amieiros, a fase que eu apanhei. para uns, o poço de carvão é que era bom, para outros os amieiros é que eram porreiros. no fundo, parece-me que eram só configurações diferentes do mesmo triângulo: calor, água e juventude.
é verdade que, hoje, nas piscinas há melhores condições, meninas de biquíni, gelados, minis geladas e mais segurança. mas que bem que sabiam aquelas tardes de verão, longe de tudo, só com amigos.
há estórias de bronzeados à base de manteiga;
há registos de provas de virilidade que não convém serem contadas em sítios públicos como este;
há muita gente de palaçoulo que sabe nadar porque aprendeu naqueles poços.
situados na ribeira de tortulhas, eram o sonho dos mais novos e o pesadelo dos pais que, com razão, temiam os perigos que os poços escondiam. ainda longe da aldeia, eram as bicicletas, as motas ou (à falta de melhor) as pernas que levavam os rapazes para aqueles paraísos de frescura e liberdade nas tórridas tardes de verão.
foram, em épocas diferentes, as piscinas de palaçoulo. carvão, primeiro. depois amieiros, a fase que eu apanhei. para uns, o poço de carvão é que era bom, para outros os amieiros é que eram porreiros. no fundo, parece-me que eram só configurações diferentes do mesmo triângulo: calor, água e juventude.
é verdade que, hoje, nas piscinas há melhores condições, meninas de biquíni, gelados, minis geladas e mais segurança. mas que bem que sabiam aquelas tardes de verão, longe de tudo, só com amigos.
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
quarta-feira, 31 de julho de 2013
quarta-feira, 17 de julho de 2013
sábado, 29 de junho de 2013
o chefe
há acontecimentos e pessoas que, de tão marcantes, dividem a história em duas partes: um antes e um depois. o nascimento de cristo é o maior exemplo, alterando até a forma como os anos passaram a ser contados. este post é escrito em 2013, porque passam 2013 anos desde o nascimento de cristo, ou seja é escrito em 2013 d.c. .
as abreviaturas a.c. / d.c. têm em palaçoulo (e em particular na mocidade de palaçoulo) um outro significado para além do habitual antes de cristo / depois de cristo, e não tem nada a ver com aquela banda aos berros. significam também antes do chefe / depois do chefe. porque, de facto, a chegada do chefe foi um momento de ruptura.
antes do chefe (a.c.), a mocidade andava desorientada, à deriva, sem líder a quem seguir, sem um exemplo, sem alegria, já quase nem se bebia cerveja. cada um ia para seu lado, ninguém sabia por onde andava, batia-se com a cabeça nas paredes, um caos.
depois do chefe (d.c.), tudo mudou. liderando a mocidade numa espécie de ditadura consentida (o chefe é presidente da direcção, da assembleia geral, tesoureiro e tudo o resto), o chefe impôs a sua lei, o seu povo seguiu-o, a harmonia foi alcançada e tudo floresceu: as raparigas ficaram mais bonitas, os rapazes mais viris, os campos mais verdejantes e as fontes voltaram a correr. uma espécie de paraíso surgiu.
embora partilhem características fundamentais dos grandes líderes (coragem, capacidade de mobilização, carisma) não se queira estabelecer paralelismos entre o chefe e jesus cristo, até porque há diferenças fundamentais entre estas duas grandes personagens:
- jesus cristo transformou água em vinho; o chefe dispensa a água e faz desaparecer o vinho;
- jesus cristo caminhou sobre as águas, o chefe repousa sobre pernas arqueadas;
- jesus cristo tinha doze apóstolos, o chefe tem meia grade de cerveja;
- jesus cristo ressuscitou ao terceiro dia, o chefe vomita ao terceiro dia de borracheira;
- jesus cristo subiu aos céus, o chefe desce à adega;
- jesus cristo está sentado à direita do pai, o chefe está encostado ao balcão da associação;
- jesus cristo foi crucificado, o chefe não morrerá.
viva o chefe!
as abreviaturas a.c. / d.c. têm em palaçoulo (e em particular na mocidade de palaçoulo) um outro significado para além do habitual antes de cristo / depois de cristo, e não tem nada a ver com aquela banda aos berros. significam também antes do chefe / depois do chefe. porque, de facto, a chegada do chefe foi um momento de ruptura.
antes do chefe (a.c.), a mocidade andava desorientada, à deriva, sem líder a quem seguir, sem um exemplo, sem alegria, já quase nem se bebia cerveja. cada um ia para seu lado, ninguém sabia por onde andava, batia-se com a cabeça nas paredes, um caos.
depois do chefe (d.c.), tudo mudou. liderando a mocidade numa espécie de ditadura consentida (o chefe é presidente da direcção, da assembleia geral, tesoureiro e tudo o resto), o chefe impôs a sua lei, o seu povo seguiu-o, a harmonia foi alcançada e tudo floresceu: as raparigas ficaram mais bonitas, os rapazes mais viris, os campos mais verdejantes e as fontes voltaram a correr. uma espécie de paraíso surgiu.
embora partilhem características fundamentais dos grandes líderes (coragem, capacidade de mobilização, carisma) não se queira estabelecer paralelismos entre o chefe e jesus cristo, até porque há diferenças fundamentais entre estas duas grandes personagens:
- jesus cristo transformou água em vinho; o chefe dispensa a água e faz desaparecer o vinho;
- jesus cristo caminhou sobre as águas, o chefe repousa sobre pernas arqueadas;
- jesus cristo tinha doze apóstolos, o chefe tem meia grade de cerveja;
- jesus cristo ressuscitou ao terceiro dia, o chefe vomita ao terceiro dia de borracheira;
- jesus cristo subiu aos céus, o chefe desce à adega;
- jesus cristo está sentado à direita do pai, o chefe está encostado ao balcão da associação;
- jesus cristo foi crucificado, o chefe não morrerá.
viva o chefe!
terça-feira, 4 de junho de 2013
até já, tio joão
O programa “Bom dia, Tio João”, que durante quase 24 anos deu voz, a partir de Bragança, sobretudo aos idosos isolados, está silenciado desde sexta-feira, deixando em “choque” a “família” que fez da rádio uma instituição social.
nunca fui ouvinte do mais famoso programa de rádio de bragança (até porque começava às 6 da manhã), mas isso não significa que não ache o programa interessante. podia não o ser para mim, mas era-o para muitas pessoas que tinham ali uma companhia diária e partilhavam estórias e momentos com uma vasta comunidade de pessoas com os mesmos interesses, conhecidos, conhecidos da rádio ou desconhecidos de todo, na tal 'família do tio joão'. para muitas pessoas a família do tio joão era, provavelmente, a sua única família. era a rádio a cumprir a sua função social. a partir de agora, um programa de proximidade feito por pessoas locais para as pessoas locais passa a ser substituído por programação da M80, provavelmente feita por um computador a partir de lisboa. custa muito a perceber esta opção até porque, dada a popularidade do programa, mesmo economicamente o projecto deve ser viável. enfim, assim vão as coisas, os grandes (media capital) continuam a papar tudo e as especificidades tendem a desaparecer. mas, neste caso, não acredito que o 'tio joão' desapareça. desapareceu da RBA, mas há-de haver alguma rádio local, enquanto houver rádios locais, que aproveite o que foi criado ao longo destes 24 anos. até já, então.
nunca fui ouvinte do mais famoso programa de rádio de bragança (até porque começava às 6 da manhã), mas isso não significa que não ache o programa interessante. podia não o ser para mim, mas era-o para muitas pessoas que tinham ali uma companhia diária e partilhavam estórias e momentos com uma vasta comunidade de pessoas com os mesmos interesses, conhecidos, conhecidos da rádio ou desconhecidos de todo, na tal 'família do tio joão'. para muitas pessoas a família do tio joão era, provavelmente, a sua única família. era a rádio a cumprir a sua função social. a partir de agora, um programa de proximidade feito por pessoas locais para as pessoas locais passa a ser substituído por programação da M80, provavelmente feita por um computador a partir de lisboa. custa muito a perceber esta opção até porque, dada a popularidade do programa, mesmo economicamente o projecto deve ser viável. enfim, assim vão as coisas, os grandes (media capital) continuam a papar tudo e as especificidades tendem a desaparecer. mas, neste caso, não acredito que o 'tio joão' desapareça. desapareceu da RBA, mas há-de haver alguma rádio local, enquanto houver rádios locais, que aproveite o que foi criado ao longo destes 24 anos. até já, então.
quinta-feira, 23 de maio de 2013
caleija das nilgas nas plataformas móveis
a tecnologia avança e um blog que se preze não pode ficar indiferente a esses avanços. numa altura em que os smartphones começam a ser tão vulgares ao ponto de até eu já ter uma coisa dessas, urge que este blog já tenha uma versão para esses equipamentos. por certo terão reparado que o blog tem estado parado há algum tempo. não é por acaso, passei mais de um mês a trabalhar para que os ilustres visitantes pudessem, a partir de agora, visitar esta casa a partir do seu telemóvel com um template adequado. foi num trabalho árduo, mas valeu a pena, porque está bem bonito. claro que isto é treta, isto é tudo automático, basta seleccionar uma opção aqui na administração do blog e está feito. a partir do telemóvel ou do computador, vão passando por cá, pode ser que de vez em quando apareçam coisas novas.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
o pão de palaçoulo
[passada a época dos folares, falemos de pão...]
quando tive que viver fora de palaçoulo, os meus amigos e colegas estranhavam o facto de eu comer sempre pão às refeições. sempre. comer sem pão não fazia sentido. fosse carne, peixe, massa, qualquer coisa, tudo era acompanhado com pão. hoje, passados 16 anos (meu deus!!!), é raro almoçar ou jantar acompanhado de pão, a não ser que o tipo de comida o exija ou que esteja em palaçoulo.
depois de uma profunda reflexão, cheguei a três conclusões:
- que estou a ficar velho;
- que estava habituado a comer pão porque o pão era muito bom;
- que fui deixando progressivamente de comer pão porque o pão não era tão bom.
fosse o pão um produto com maior durabilidade e palaçoulo teria outra marca mundialmente conhecida, a par das facas e das pipas.
é mais um dos luxos de morar em palaçoulo e arredores: ter, todos os dias, o melhor pão do mundo fresquinho, ou quentinho, como preferirem.
já para não falar do pão de caleija... que me desculpem as duas padarias da terra que que fazem um pão delicioso, mas ainda assim o melhor pão de palaçoulo é o pão que a minha mãe faz.
quando tive que viver fora de palaçoulo, os meus amigos e colegas estranhavam o facto de eu comer sempre pão às refeições. sempre. comer sem pão não fazia sentido. fosse carne, peixe, massa, qualquer coisa, tudo era acompanhado com pão. hoje, passados 16 anos (meu deus!!!), é raro almoçar ou jantar acompanhado de pão, a não ser que o tipo de comida o exija ou que esteja em palaçoulo.
depois de uma profunda reflexão, cheguei a três conclusões:
- que estou a ficar velho;
- que estava habituado a comer pão porque o pão era muito bom;
- que fui deixando progressivamente de comer pão porque o pão não era tão bom.
fosse o pão um produto com maior durabilidade e palaçoulo teria outra marca mundialmente conhecida, a par das facas e das pipas.
é mais um dos luxos de morar em palaçoulo e arredores: ter, todos os dias, o melhor pão do mundo fresquinho, ou quentinho, como preferirem.
já para não falar do pão de caleija... que me desculpem as duas padarias da terra que que fazem um pão delicioso, mas ainda assim o melhor pão de palaçoulo é o pão que a minha mãe faz.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
palaçoulo: uma excessiva mediatização?
num comentário a um post anterior, um leitor levanta uma questão interessante relacionada com os benefícios ou problemas que esta recente e crescente mediatização da terra pode trazer à aldeia.
primeiro: se me perguntarem se esta mediatização tem sido excessiva, diria que sim. porque quando as notícias são essencialmente as mesmas, apenas com ligeiras variações de intervenientes deixam de ser notícias no real sentido da palavra e passam a ser reportagens, que se forem pouco mais do que repetições acabam por perder interesse. no entanto, percebo bem este 'excesso' que, quanto a mim, tem a ver com dois pontos principais: um interno outro externo. primeiro o externo, que é mais ligeiro: em tempos de crise, a comunicação social gosta de apresentar, para variar um pouco, bons exemplos, casos de sucesso, sítios onde as coisas ainda correm bem, aldeias industrializadas e sem desemprego, etc. a razão interna é mais polémica: talvez uma das razões para o desenvolvimento das indústrias principais de palaçoulo tenha a ver com a competição entre empresas, sempre (pelo menos desde que eu me lembro) houve mais do que uma indústria a produzir o mesmo tipo de produto. essa competição também se nota quando toca a aparecer na televisão. se uma empresa aparece numa reportagem logo surgirá uma outra reportagem de outro qualquer meio de comunicação social que fala sobre a outra empresa, e por aí fora.
segundo: se me perguntarem se esta mediatização tem trazido benefícios à terra, diria que sim, mas não muito. sim, porque, pelo menos para as empresas é publicidade, boa publicidade, e se é bom para as empresas da terra é bom para a terra no seu todo. não muito, porque me parece que não têm sido exploradas muitas oportunidades, nomeadamente a nível turístico: por exemplo, quando se fala nos restaurantes da terra refere-se sobretudo o facto de (por haver muitos funcionários nas empresas locais) terem muitos clientes nas diárias e venderem almoços para fora, e não se fala na excelente gastronomia local (posta à mirandesa, entre outros). parece-me que se podia aproveitar mais o espaço mediático que a indústria abre para potenciar outros factores da terra como a (já referida) gastronomia , a cultura (caramonico, pauliteiros), os recursos naturais ou a caça. aparentemente também não tem servido para puxar investimento local: por exemplo, fazia sentido a IC5 ter uma saída para a aldeia mais industrializada do distrito, e fazia sentido isso ser dito e reivindicado nessas reportagens.
terceiro: se me perguntarem se esta mediatização tem trazido problemas à terra, diria que não. é certo que já ouvi (sobretudo de pessoas mais idosas) coisas do género 'isto de estar sempre a passar na televisão a dizer que aqui se vive bem ainda vai trazer para cá ladrões', mas situações desse tipo não me parecem prováveis até porque esse tipo de assaltantes de aldeias preferem aldeias isoladas, o que não é o caso (e isso mesmo é confirmado pelas mesmas notícias). também não acho que, como diz o comentador, as pessoas da terra possam estar a cair no "engodo" da comunicação social com coisas do tipo "os governantes de portugal deveriam vir a palaçoulo aprender". as pessoas de palaçoulo são inteligentes e percebem que isso são soundbytes que a comunicação social adora. a televisão não vai convencer ninguém com baixa qualidade de vida que tem uma boa vida só por viver em palaçoulo, quando ela sabe que não é assim. e ninguém conhece as pessoas de palaçoulo melhor do que as próprias pessoas de palaçoulo. mas uma coisa é certa, ninguém duvide que num sábado à noite, a altas horas da madrugada, num qualquer café de palaçoulo, se encontravam quatro ou cinco gajos com melhores ideias para este país do que o passos coelho e seus amigos.
primeiro: se me perguntarem se esta mediatização tem sido excessiva, diria que sim. porque quando as notícias são essencialmente as mesmas, apenas com ligeiras variações de intervenientes deixam de ser notícias no real sentido da palavra e passam a ser reportagens, que se forem pouco mais do que repetições acabam por perder interesse. no entanto, percebo bem este 'excesso' que, quanto a mim, tem a ver com dois pontos principais: um interno outro externo. primeiro o externo, que é mais ligeiro: em tempos de crise, a comunicação social gosta de apresentar, para variar um pouco, bons exemplos, casos de sucesso, sítios onde as coisas ainda correm bem, aldeias industrializadas e sem desemprego, etc. a razão interna é mais polémica: talvez uma das razões para o desenvolvimento das indústrias principais de palaçoulo tenha a ver com a competição entre empresas, sempre (pelo menos desde que eu me lembro) houve mais do que uma indústria a produzir o mesmo tipo de produto. essa competição também se nota quando toca a aparecer na televisão. se uma empresa aparece numa reportagem logo surgirá uma outra reportagem de outro qualquer meio de comunicação social que fala sobre a outra empresa, e por aí fora.
segundo: se me perguntarem se esta mediatização tem trazido benefícios à terra, diria que sim, mas não muito. sim, porque, pelo menos para as empresas é publicidade, boa publicidade, e se é bom para as empresas da terra é bom para a terra no seu todo. não muito, porque me parece que não têm sido exploradas muitas oportunidades, nomeadamente a nível turístico: por exemplo, quando se fala nos restaurantes da terra refere-se sobretudo o facto de (por haver muitos funcionários nas empresas locais) terem muitos clientes nas diárias e venderem almoços para fora, e não se fala na excelente gastronomia local (posta à mirandesa, entre outros). parece-me que se podia aproveitar mais o espaço mediático que a indústria abre para potenciar outros factores da terra como a (já referida) gastronomia , a cultura (caramonico, pauliteiros), os recursos naturais ou a caça. aparentemente também não tem servido para puxar investimento local: por exemplo, fazia sentido a IC5 ter uma saída para a aldeia mais industrializada do distrito, e fazia sentido isso ser dito e reivindicado nessas reportagens.
terceiro: se me perguntarem se esta mediatização tem trazido problemas à terra, diria que não. é certo que já ouvi (sobretudo de pessoas mais idosas) coisas do género 'isto de estar sempre a passar na televisão a dizer que aqui se vive bem ainda vai trazer para cá ladrões', mas situações desse tipo não me parecem prováveis até porque esse tipo de assaltantes de aldeias preferem aldeias isoladas, o que não é o caso (e isso mesmo é confirmado pelas mesmas notícias). também não acho que, como diz o comentador, as pessoas da terra possam estar a cair no "engodo" da comunicação social com coisas do tipo "os governantes de portugal deveriam vir a palaçoulo aprender". as pessoas de palaçoulo são inteligentes e percebem que isso são soundbytes que a comunicação social adora. a televisão não vai convencer ninguém com baixa qualidade de vida que tem uma boa vida só por viver em palaçoulo, quando ela sabe que não é assim. e ninguém conhece as pessoas de palaçoulo melhor do que as próprias pessoas de palaçoulo. mas uma coisa é certa, ninguém duvide que num sábado à noite, a altas horas da madrugada, num qualquer café de palaçoulo, se encontravam quatro ou cinco gajos com melhores ideias para este país do que o passos coelho e seus amigos.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
venham mais cinco!
a caleija das nilgas faz hoje cinco anos cinco. e, como dizia o outro, venham mais cinco!
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
o que é que francis ford coppola tem em comum comigo?
ambos somos consumidores de produtos made in palaçoulo.
já se sabia que o realizador de apocalypse now e de o padrinho era senhor de bom gosto. esta notícia é só uma confirmação:
a notícia, publicada na revista fugas (do público), já é do sábado passado, mas só ontem (e por acaso) lhe pus a vista em cima.
já se sabia que o realizador de apocalypse now e de o padrinho era senhor de bom gosto. esta notícia é só uma confirmação:
a notícia, publicada na revista fugas (do público), já é do sábado passado, mas só ontem (e por acaso) lhe pus a vista em cima.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
são sebastião
palaçoulo tem muitas festas e todas as festas são diferentes. são sebastião é a festa de inverno de palaçoulo, a única festa em tempo frio. o dia de são sebastião é dia 20 de janeiro e a festa é no domingo mais próximo. este ano coincidiu, o que tem sempre mais piada.
é uma festa de todo o povo, mas é talvez a festa mais local ou bairrista da terra. no sentido em que o pessoal do rodelão (no sentido da parte de baixo da aldeia, e não apenas da rua do rodelão) lhe tem um carinho especial. é normal, tendo em conta que o próprio santo mora no rodelão, na sua capela que até é mais antiga que a igreja matriz.
mas a principal particularidade e curiosidade da festa de são sebastião tem a ver com o peditório. ou melhor, com as oferendas que são feitas e com o que se faz com elas. em vez de dinheiro, e por ser época de fumeiro, a são sebastião oferecem-se chouriças, chouriços, alheiras, orelhas de porco, pés de porco e outros petiscos, o que nos leva a supor que o mártir também gostava das coisas boas da vida. também lhe oferecem vinho, guindas, azeitonas, bolos e outros acompanhamentos. no final da missa, as ofertas são leiloadas. normalmente, o que acontece é que quem oferece acaba por comprar (em leilão) a sua oferta. mas nem sempre isso acontece e muitas vezes, por picardia ou simplesmente por interesse, alguns lotes são levados a valores altíssimos. quando o leilão começa, o lume já está feito e a mesa já está posta. começam a chegar chouriças e vinho, começa-se a assar, a comer e a provar vinhos. come-se e bebe-se enquanto o leilão dura e bem depois do final, até que as barrigas estejam satisfeitas. quem compra faz o que quer com o lote, mas o que muita gente faz é deixar na mesa comunitária para partilhar. toda a gente pode comer, mas, em princípio, apenas quem compra alguma coisa e deixa na mesa se sente à vontade para participar no lanche ajantarado.
tirando uma certa ostentação que ninguém leva a mal e que o santo agradece, a festa é bonita e o convívio é saudável.
também há baile, com gaita, caixa e bombo e até conjunto, mas o mais importante desta festa são mesmo as chouriças.
já não estava na festa de são sebastião há alguns anos, já passou mais de uma semana, mas ainda não tinha tido vagar de deixar aqui um registo sobre tão tradicional festa e não podia deixar de o fazer.
p.s. por falar em fumeiro, hoje comi bulho ao almoço. devia tê-lo deixado cozer mais quinze minutos, mas estava delicioso.
é uma festa de todo o povo, mas é talvez a festa mais local ou bairrista da terra. no sentido em que o pessoal do rodelão (no sentido da parte de baixo da aldeia, e não apenas da rua do rodelão) lhe tem um carinho especial. é normal, tendo em conta que o próprio santo mora no rodelão, na sua capela que até é mais antiga que a igreja matriz.
mas a principal particularidade e curiosidade da festa de são sebastião tem a ver com o peditório. ou melhor, com as oferendas que são feitas e com o que se faz com elas. em vez de dinheiro, e por ser época de fumeiro, a são sebastião oferecem-se chouriças, chouriços, alheiras, orelhas de porco, pés de porco e outros petiscos, o que nos leva a supor que o mártir também gostava das coisas boas da vida. também lhe oferecem vinho, guindas, azeitonas, bolos e outros acompanhamentos. no final da missa, as ofertas são leiloadas. normalmente, o que acontece é que quem oferece acaba por comprar (em leilão) a sua oferta. mas nem sempre isso acontece e muitas vezes, por picardia ou simplesmente por interesse, alguns lotes são levados a valores altíssimos. quando o leilão começa, o lume já está feito e a mesa já está posta. começam a chegar chouriças e vinho, começa-se a assar, a comer e a provar vinhos. come-se e bebe-se enquanto o leilão dura e bem depois do final, até que as barrigas estejam satisfeitas. quem compra faz o que quer com o lote, mas o que muita gente faz é deixar na mesa comunitária para partilhar. toda a gente pode comer, mas, em princípio, apenas quem compra alguma coisa e deixa na mesa se sente à vontade para participar no lanche ajantarado.
tirando uma certa ostentação que ninguém leva a mal e que o santo agradece, a festa é bonita e o convívio é saudável.
também há baile, com gaita, caixa e bombo e até conjunto, mas o mais importante desta festa são mesmo as chouriças.
já não estava na festa de são sebastião há alguns anos, já passou mais de uma semana, mas ainda não tinha tido vagar de deixar aqui um registo sobre tão tradicional festa e não podia deixar de o fazer.
p.s. por falar em fumeiro, hoje comi bulho ao almoço. devia tê-lo deixado cozer mais quinze minutos, mas estava delicioso.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
reorganização autárquica
a reorganização autárquica está em andamento:
Cavaco promulga mapa de freguesias, mas alerta para riscos nas autárquicas
segundo a anafre, no concelho de miranda, 12 das 17 freguesias não reunem os critérios de organização territorial
Assim sendo, restariam apenas 5 freguesias:
- palaçoulo;
- sendim;
- duas igrejas;
- miranda;
- são martinho.
enquanto que aguas vivas, atenor, cicouro, constantim, genísio, ifanes, malhadas, paradela, picote, póvoa, são pedro da silva e vila chã da braciosa seriam freguesias a agregar.
a forma como esta agregação vai ser feita ainda não está, pelo menos que eu saiba, decidida. voltaremos, portanto, a este assunto de máxima importância quando houver novidades.
Cavaco promulga mapa de freguesias, mas alerta para riscos nas autárquicas
segundo a anafre, no concelho de miranda, 12 das 17 freguesias não reunem os critérios de organização territorial
Assim sendo, restariam apenas 5 freguesias:
- palaçoulo;
- sendim;
- duas igrejas;
- miranda;
- são martinho.
enquanto que aguas vivas, atenor, cicouro, constantim, genísio, ifanes, malhadas, paradela, picote, póvoa, são pedro da silva e vila chã da braciosa seriam freguesias a agregar.
a forma como esta agregação vai ser feita ainda não está, pelo menos que eu saiba, decidida. voltaremos, portanto, a este assunto de máxima importância quando houver novidades.
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