a partir de sexta-feira, uma semana de música, cultura e tradição na região. a não perder...
(clicar nas imagens para ver os programas dos respectivos eventos)
terça-feira, 29 de julho de 2008
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Eliseu Fernandes
[esta imagem vale, seguramente, mais do que quaisquer mil palavras que eu pudesse escrever acerca deste senhor, personagem singular de palaçoulo (sobretudo da parte da noite), ex-combatente no ultramar, ex-emigrante na alemanha, ex-mestre de relojoaria, ex-agricultor, reputado artesão de navalhas e profundo conhecedor da arte do amor]
quinta-feira, 3 de julho de 2008
a KGB/KJV
na primeira metade da década de 90 surgiu em Palaçoulo, de forma espontânea e sem data de início oficial, uma espécie de organização juvenil que veio abalar a ordem dominante...
foram apelidados de KGB, numa associação à antiga polícia soviética, mas assumiram o nome de KJV (só pra contrariar...)
movimentavam-se em grupo, normalmente de grandes dimensões, e invadiam tudo o que acontecia. passava-se algo com interesse, a kgb/kjv estava a controlar a cena. ou então estavam a dirigir-se para a cena. tomaram a noite de palaçoulo de assalto e os cafés, então dominados pelos 'grandes', ganharam clientes de peso. entravam e saiam de café em café, circulavam por trás-os-palheiros para não serem vistos (e para fumar - a única coisa má que se aprendeu na kgb/kjv). se os cafés fechavam, havia muito terreno, tempo e vontade para continuar a noite.
mas não se ficavam apenas por palaçoulo.
com um renault 12, uma carrinha toyota, uma cassete dos depeche mode e nenhuma carta de condução (no final, acho que duas), qualquer local estava ao seu alcance. chegavam a uma festa e invadiam. não há estacionamento à porta, estaciona-se nas escadas na igreja. se não se passava nada na festa, iam para a outra festa, ou para outro café. ou iam fazer a sua própria festa. as festas privadas sucediam-se, só era preciso um motivo. chegava uma amiga para uns dias de férias em palaçoulo dava logo motivo para uma festa de recepção e outra de despedida. no monte, quase sempre, às vezes em casas.
a kgb/kjv começou a ser notícia; passava-se algo de estranho, 'foi coisa da kgb/kjv', a aldeia amanhecia desordenada 'deve ter sido a kgb/kjv', musica ou baralho a altas horas da madrugada, 'era a kgb/kjv'. uma cerejeira que aparecia limpinha de manhã ou uns melões que evaporavam, 'foi a kgb/kjv de certeza'. justa ou injustamente, os suspeitos do costume.
toda a gente falava da kgb/kjv, mas ninguém sabia muito bem que entidade era aquela, apesar de se conhecerem os seus membros.
não eram uma polícia secreta, mas sabiam tudo o que se passava.
não eram um grupo terrorista, mas provocavam autêntica destruição em alguns pomares.
não eram uma organização desportiva, mas participaram em torneios, obtendo inclusive um honroso (e muito surpreendente) 3º lugar no famoso torneio de futebol 6 de palaçoulo;
não eram um gang, mas não desaproveitam situações favoráveis a dar um bom golpe.
não eram uma máfia, mas de vez em quando envolviam-se em esquemas complicados.
não eram uma associação cultural, mas organizavam festas alternativas, algumas delas bastante undeground.
nunca ninguém percebeu muito bem que tipo de coisa era a kgb/kjv,
mas eu desconfio
que era apenas um grupo de amigos na idade de começar a conhecer a vida e a gostar da coisa.
entretanto, a kgb/kjv foi-se desmembrando de forma natural à medida que foi perdendo o sentido de existir. mas, cuidado, que eles ainda andam por aí. uns casaram, outros foram papás, outros as duas coisas, outros nem por isso e outros escrevem em blogs memórias de um tempo único, vivido no momento ideal, com a intensidade merecida.
agradeço aos membros da kgb/kjv por isso. eles sabem quem são...
Depeche Mode - Personal Jesus
foram apelidados de KGB, numa associação à antiga polícia soviética, mas assumiram o nome de KJV (só pra contrariar...)
movimentavam-se em grupo, normalmente de grandes dimensões, e invadiam tudo o que acontecia. passava-se algo com interesse, a kgb/kjv estava a controlar a cena. ou então estavam a dirigir-se para a cena. tomaram a noite de palaçoulo de assalto e os cafés, então dominados pelos 'grandes', ganharam clientes de peso. entravam e saiam de café em café, circulavam por trás-os-palheiros para não serem vistos (e para fumar - a única coisa má que se aprendeu na kgb/kjv). se os cafés fechavam, havia muito terreno, tempo e vontade para continuar a noite.
mas não se ficavam apenas por palaçoulo.
com um renault 12, uma carrinha toyota, uma cassete dos depeche mode e nenhuma carta de condução (no final, acho que duas), qualquer local estava ao seu alcance. chegavam a uma festa e invadiam. não há estacionamento à porta, estaciona-se nas escadas na igreja. se não se passava nada na festa, iam para a outra festa, ou para outro café. ou iam fazer a sua própria festa. as festas privadas sucediam-se, só era preciso um motivo. chegava uma amiga para uns dias de férias em palaçoulo dava logo motivo para uma festa de recepção e outra de despedida. no monte, quase sempre, às vezes em casas.
a kgb/kjv começou a ser notícia; passava-se algo de estranho, 'foi coisa da kgb/kjv', a aldeia amanhecia desordenada 'deve ter sido a kgb/kjv', musica ou baralho a altas horas da madrugada, 'era a kgb/kjv'. uma cerejeira que aparecia limpinha de manhã ou uns melões que evaporavam, 'foi a kgb/kjv de certeza'. justa ou injustamente, os suspeitos do costume.
toda a gente falava da kgb/kjv, mas ninguém sabia muito bem que entidade era aquela, apesar de se conhecerem os seus membros.
não eram uma polícia secreta, mas sabiam tudo o que se passava.
não eram um grupo terrorista, mas provocavam autêntica destruição em alguns pomares.
não eram uma organização desportiva, mas participaram em torneios, obtendo inclusive um honroso (e muito surpreendente) 3º lugar no famoso torneio de futebol 6 de palaçoulo;
não eram um gang, mas não desaproveitam situações favoráveis a dar um bom golpe.
não eram uma máfia, mas de vez em quando envolviam-se em esquemas complicados.
não eram uma associação cultural, mas organizavam festas alternativas, algumas delas bastante undeground.
nunca ninguém percebeu muito bem que tipo de coisa era a kgb/kjv,
mas eu desconfio
que era apenas um grupo de amigos na idade de começar a conhecer a vida e a gostar da coisa.
entretanto, a kgb/kjv foi-se desmembrando de forma natural à medida que foi perdendo o sentido de existir. mas, cuidado, que eles ainda andam por aí. uns casaram, outros foram papás, outros as duas coisas, outros nem por isso e outros escrevem em blogs memórias de um tempo único, vivido no momento ideal, com a intensidade merecida.
agradeço aos membros da kgb/kjv por isso. eles sabem quem são...
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